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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Nietzsche e o estuprador

Lendo o livro Humano demasiado humano, de Friedrich Nietzsche, tomei nota da seguinte frase: "o homem se torna o que ele quer ser, seu querer precede a asua existência". Em um primeiro momento aquilo me causou um impacto e passei refletir sobre esse conceito. Semanas depois me deparo com a seguinte manchete no jornal: estuprador é absolvido por juíz da cidade tal... A primeira coisa que pensei foi no que diabos um juíz ouviu para não condenar esse tipo de fora da lei que é odiado pelos próprios bandidos. Então Nietzsche me veio em mente com a frase mencionada anteriormente.

Será que o estuprador quis se tornar o que é? Nietzsche, com seu pessimismo, afirma que o ser humano é mau por natureza e que a maioria dos nossos problemas se deve a luta para controlar nossa maldade contida. Voltando ao meliante (estuprador): imagina que esse cara foi concebido por um casal de baixa renda que resolve descontar todas as suas frustações nessa criança mal desejada. O assistente social retira a criança dessa família devido aos maltratos e a encaminha para um abrigo. Lá, a criança é violentada pelos "coleguinhas", fisicamente, sexualmente... Enfim, torna-se um estuprador quando adulto. Até quanto ele é vítima? Até quanto ele é culpado? Em nenhum momento quero justificar seu crime. Ele deve ser punido. Mas será que só a punição é sufuciente? Na prisão ele provavelmente sofrerá tudo que sofreu na infância novamente. Se sair, vai sair pior. Qual é a saída? As possíveis respostas vêm às nossas cabeças: política de educação, distribuição de renda... Nessas horas gostaria que Nietzsche estivesse vivo.

Em tempos de eleição, reflitamos.

PS: tomei a liberdade de mudar o plano de fundo do blog. Acho que agora está do jeito que planejamos hehehe. Abraço!

anima sana in corpore sano

Hermes

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