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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Patativa e a Academia de Letras: autonomia intelectual e o SUS.

Sina

Eu venho desde menino
Desde muito pequenino
Cumprindo o belo destino
Que me deu Nosso Senhor

Não nasci pra ser guerreiro
Nem infeliz estrangeiro
Eu num me entrego ao dinheiro
Só ao olhar do meu amor

Carrego nesse meus ombros
O sinal do Redentor
Me tenho nessa parada
Quanto mais feliz eu sou

Eu nasci pra ser vaqueiro
Sou mais feliz brasileiro
Eu num invejo dinheiro
Nem diploma de dôto
Patativa do Assaré.

Quebrando um pouco das temáticas anteriores e ao mesmo tempo fazendo referência de certo modo às lógicas envolvidas no contexto da própria utopia, da ética e da essência do ser humano, pretendo instigar o conceito de autonomia.
Fazendo uma reflexão etimológica, percebe-se do grego, que resulta da idéia de que algo é próprio em si, ou seja, algo encerra em si características de autogestão ou liberdade. Pois bem, como aplicar no campo da educação e da saúde? De fato é possível exercer autonomia profissional, se há finalidades ligadas a contextos maiores como o Estado, as Instituições ou mesmo aos usuários?
Acredito que é possível discutir todos esses elementos inspirado nos versos do grande poeta do sertão, Patativa do Assaré, como assim? Que viagem é essa? Tá fritando?
Pois bem, assim como o poeta, carregamos em nossos ombros, diferentes cruzes que representam ora satisfações, ora sinas, pois, fazer educação e saúde em nossa sociedade requer, acima de tudo, uma intenção no outro, ou seja, é preciso quebrar paradigmas e perceber que independente da hierarquia que uma formatura possa conceber ao modo formal de se comportar, é necessário exercermos o conceito de autonomia intelectual e de ética plural a fim de percebermos que nossa ação está vinculada acima de tudo à uma necessidade de formação, enquanto professores, e uma necessidade de prevenção, enquanto profissionais da saúde.
Dessa maneira, a autonomia na sala de aula está no processo de formação de um cidadão para o mundo, capaz de resolver as situações mais caóticas que se apresentam em nossa sociedade, um cidadão inspirado no modelo da sustentabilidade, da ecologia, do respeito às diferenças e capaz de transformar sem agredir. Na saúde, respeitando todas essas variáveis, prevenir o mal e tornar a vida mais digna e com qualidade.
Assim como fez Patativa, sem invejas ou torturas, implementar o pensamento da mudança consiste em demonstrar que outras vias também são arte e que nem sempre o que rege essas intenções é o capital.
Dessa forma, quebremos os paradigmas e exerçamos nossa autonomia, na sala e no hospício, na mesma proporção.

Abraços fraternos,

Comuna.  


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