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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cela de aula.

Dizem que ela existe pra ajudar...
Dizem que ela existe pra proteger...
Eu sei que ela pode te parar, eu sei que ela pode te prender!
Polícia para quem precisa! Polícia para quem precisa de polícia?

A partir desse fragmento do texto de Tony Bellotto, que para muitos nostálgico da década de 80 faz ressurgir o comportamento irreverente de uma geração, e também indignado pela matéria do jornal de hoje intitulada Ensino no Estado é reprovado, levanto aqui algumas questões acerca dos aparelhos ideológicos de controle.
Essa repressão das idéias chega ao ponto de tornar um ambiente que devia ser de fertilidade – as Escolas- em uma mera propaganda do caos ideológico que chegamos, afinal, não é o ensino de estado que está reprovado, o que de fato faliu foi o próprio Estado.
Longe de retratar uma simpatia a Mikhail Bakunin, o que estou querendo representar é que perdemos as rédeas não pela falta de controle e sim , pelo excesso, excesso de preocupação com índices que não levam a nada, excesso de zelo com números! De matrícula, de aprovados, de laboratórios, de computadores, enfim, números que só fazem sentido na lógica da escola segundo a interpretação mais negativa do pensamento de Foucalt, ou seja, o enjaulamento de crianças dentro de “celas de aula” que não trazem a emancipação, não buscam a formação do cidadão que vai fazer a máquina funcionar.
Essa repressão é a mesma que também traz consigo o comportamento anárquico de alguns professores desses garotos, que por acomodação, descaso, desinteresse e até mesmo em resposta a essa alienação do Estado e de seus aparatos ideológicos, desistiram de seus alunos (mas não desistiram de seus míseros salários), pois bem, e por que então desistimos? O que nos inspira se fomos enlatados desda a tenra infância em regimes de repressão? A palmatória castrou o futuro arquiteto que no início, é bem verdade, só sabia destruir e desorganizar a casa, o cinto castrou a futura Tarsila, que tinha suas ideias de expressão confundidas com rabiscos na parede da sala! Pois bem, não confundamos nossos alunos com índices! Eles são melhores que isso!
Não façamos repressão das ideias antes que elas nasçam e germinem frutos, não sejamos a polícia (professores) para quem não precisa (alunos)!

Abraços fraternos,

Comuna.

Um comentário:

  1. Fato confirmado e consumado.
    Hoje, o foco das escolas é o aluno que passa no vestibular e não o aluno que se torna o ser humano com princípios e valores corretos, que pensa em contribuir com a sociedade e fazer o que é correto.
    Como dito no post, o que é valorizado são os números, e as pessoas estão ficando em segundo lugar. Seria necessário, na minha opinião, uma reforma na política pública de educação, começando pela mudança do modo de seleção para definir quem pode ou não se tornar um universitário e assim acabando com esse super-foco na formaçao didática (que não deve ser também esquecida) e voltando mais atenção à formação de pessoas.
    Grande abraço, Jonas Frota.

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