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domingo, 26 de setembro de 2010

(Dor)avante...

Aproveitando as duas últimas postagens do digníssimo Henri, e mantendo o clima reflexivo sobre relacionamentos, pessimismo, tempo e amor em vão, reforço esse tom melancólico, embora apelando para o humor negro, com as seguintes canções:

a) O Morto Morrido:
http://www.youtube.com/watch?v=c2puGfNQu8k

b) O Enterro da Puta:
http://www.youtube.com/watch?v=r1ddjrr-1tM

P.S.: a capacidade desse camarada ao cantarolar fatos triviais, manusear o ritmo solo 'voz & violão' e arranjar as rimas é interessante! Inclusive não seria delírio se usássemos essas músicas nas aulas sobre Tanatologia!                                              
                                           Att. Sabugosa

Drops quase twitter ou fotografias de uma semana...

O Ministério da Saúde adverte: este blog pode SALVAR vidas!!!

Em um momento de fragilidade, pessimismo e quase desistência recebo no celular uma mensagem: "a vida é uma eterna busca"

Não vou para o céu, mas já não vivo no chão (frase genial e bastante representativa do limbo que vivo ainda em terra. É título do novo cd de João Bosco)

Essa semana fui abordado subitamente por uma senhora apenas conhecida do meu condomínio com a qual não mantenho contato frequente e veio apenas a pergunta: JÁ CASOU?    !!!!!!?????!!!!!!!????? O fascínio da vida alheia!

Tentativa de resolução de uma palavra cruzada com alguns funcionários: mata por sufocação, 6 letras. Nosso querido Barba Ruiva soltou uma pérola maravihosa como possível resposta: m-u-l-h-e-r.

Música e letra que dispensam comentários e exigem reflexões (conecta-se com vários posts)
http://www.youtube.com/watch?v=VtUBarEVCf0

Meu lado fotógrafo ainda embrionário na busca de resumir páginas em uma imagem. (estátua de Patativa no Dragão do Mar há alguns anos atrás)



Henri-Strauss Palais

Quanto cabe no tempo?

O código de um olhar.
O toque entre linhas da vida.
A metáfora da pequena morte.
SEGUNDOS.

Ressacas deliberadas.
Conversa com mais de dois.
A velocidade através da janela.
CARNAVAIS.

A espera do anúncio.
A incompatibilidade do lugar.
Da cabeça ao papel.
HORAS.

A segunda pele.
Vip, In, Hype, Cool.
O fim do mundo é hoje.
VERÕES.

O amor não correspondido.
O posto, passado, engolido.
A ditadura das cinzas.
INVERNOS.

O tempo é coleção,
difícil de completar.
Valor atribuído, toda medida cabe.
O tempo é vilão,
imobiliza o pescoço para trás.
Espero contar o que foi amanhã.
Afinal ser
ATEMPORAL

Henri-Strauss Palais ("henrí-strôss palé")

sábado, 25 de setembro de 2010

VERDadeS

Meu voto é de menina
Assim como uma sina
Que minha razão determina


Meu voto é de menina
Mina, fina, franzina
Que rejeita discurso de latrina


Meu voto é de menina
Sem interesse, sem propina
Meu voto é de Marina!

Barba Verde (ou melhor... Ruiva)

Se a tudo ao meu amor (EU) sou atento, por que tanto desalento?

Dando continuidade ao pensamento proposto, podemos exergar, dependendo do ponto de vista, a autonomia como um mecanismo de proteção. Diante de uma sociedade cada vez mais alienada, competitiva e individualista, é natural o homem buscar a autonomia a fim de evitar dependencias e de se submeter ao papel de auxiliado, visto que um dia esse auxílio possa ser cobrado. Partindo dessa visão fica fácil perceber que a "autonomia" custa caro, visto que o homem vive em uma sociedade onde a base da relação é a de troca, seja de bens físicos, de sentimentos, de informações, de momentos, etc. Esse "escambo" é fundamental para um convívio, no mínimo, ameno. Sendo assim, quando o homem busca a sua autonomia e passa a viver de uma imagem que não é a sua (o cara classe média que quer aparentar ser rico), ou então não se engajando em um relacionamento por não querer ceder nenhuma vontade a(ao) parceira(o), ou por qualquer outro fator, ele acaba por "evoluir" de uma forma onde sempre estará faltando algo. É como se ele buscasse, creio que inconscientemente, se tornar um ser incompleto. Ele passa a se cuidar tanto (se protegendo, tornando-se seguro), que ele se esquece do mundo ao seu redor e começa a se frustrar com o retorno ao ponto inical: é uma inércia existencial.

anima sana in corpore sano

Hermes.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Rumo ao Kafka e ao Nietzsche!

Insetos Interiores

(Teatro Mágico / Composição: Fernando Anitelli.)

Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de “maestrá-los”.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, "infértebrados".
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: “o que é mesmo que se passa ?”
Um certo estado de humilhação conformada, o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro... caem.
Desacordam todos os dias,
Não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

Vídeo e música disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=gN_OgA3Qous 


O que prefere: "Do yourself " ou dicionário de inglês?

Auto-estima assumir-se!

Auto-ajuda consertar-se!

Automático poupar-se!

Automóvel locomover-se!

Automedicação arriscar-se!

Auto-flagelação mutilar-se!

Autonomia ??? Eita! Essa não sei... Melhor procurar no Google

     Queria muito acreditar no ato de consumir revestido em senso crítico... Entre comprar 1kg de arroz, 1 pote de Activia, 1 camiseta da Tommy, 1L de uísque, 1 roteiro de viagem e 1 cartela de antidepressivos, as motivações são variadas, onde noções de subsistência, vaidade, compulsão e carência se confundem... Toda uma sociedade inebriada com a possibilidade de emergir socialmente ao adquirir posses, achando secundário o aprimoramento intelectual. O fitness dispensa-me do esforço intelectual, o contra-cheque farto desobriga-me do consumo consciente, o cargo/diploma distancia-me da humildade, o carro 0km garante virilidade e auto-afirmação... 
     A palavra HUMILDADE não significa subserviência, acomodação ou insegurança, e sim a qualidade de alguém ser ouvido, percebido e respeitado para além da apresentação de contra-cheques, posses, crachás, cargos, diplomas ou corpos torneados. O olhar firme, o discurso seguro, o aperto de mão afetuoso, o ato de escutar e o galanteio são atributos que surtem efeito nas amizades, paqueras, compromissos sociais e convívio familiar. Essas atitudes falam sobre você e lhe apresentam em essência, sem as tais "credenciais" (um Corolla, peitoral definido, renda de R$ 15.000,00, título de doutorado ou cargo de gerência) a ocultarem/atrofiarem as virtudes do homem verdadeiramente AUTÔNOMO e autêntico.

                                                               Att. Sabugosa


A INTENSA busca pela compreensão da vivência HUMANA em sociedade.

Refletindo sobre tudo que vem sendo postado nesta confraria de pessoas do BEM, admirado com tamanha RIQUEZA dos textos e comprometido com a proposta de construir uma lógica para a “VISÃO FILOSÓFICA” e para “IMAGINAÇÃO SOCIOLÓGICA”, segue abaixo algumas considerações.
A VIVÊNCIA em sociedade torna-se cada vez mais laboriosa e complexa. As questões sociais se apresentam em dinâmica abrupta com toda a força da COMPLETUDE moderna. Tudo e todos na velocidade do IMEDIATO e do urgente. As respostas já estão prontas em Senso Comum, e de forma SIMPLISTA, soluções convenientes apenas para poucos são implantadas à revelia da maioria, tendo sempre como alicerce a VERDADE RELATIVA apresentada e postulada por quem DOMINA. A Passividade da massa AMORFA é mantida com tremenda maestria. Família, Escola e Igreja cumprindo de forma equivocada e/ou de forma deliberada papel bem distante das suas verdadeiras “Funções MANIFESTAS”. Governo, Economia e Mídia dividem o mando hegemônico e homogêneo de toda uma Nação. Milhões de consciências envolvidas em sono profundo. O futuro, “BRASIL um país do futuro”, parece nunca chegar. ESPERANÇA, sempre renovada de quatro em quatro anos a base de ilusões e PROMESSAS messiânicas.
O cenário acima reproduz uma conjuntura secularizada que historicamente foi sedimenta através de herança cultural ELITISTA, de forma ávida e hábil na manutenção de um “Status Quo” explorador e concentrador. Este “modo operante” estruturou-se e institucionalizou-se de maneira tão eficiente que à olho desavisado, sem Senso Crítico refinado, a subjetividade destas “Funções LATENTES” passa totalmente despercebidas ao Cidadão comum. O lado oculto e a entre linha literalmente parecem não existirem.
A construção de uma consciência COLETIVA crítica e reivindicadora é fundamental. Mostrar a amplitude das relações constituídas neste MOSAICO sociológico é questão primeira. Gerar uma noção sólida de CIDADANIA é imprescindível. Estabelecer compromissos com ações de controle social em prol da salva guarda dos DIREITOS é princípio. Estimular ações AFIRMATIVAS direcionadas aos pontos mais estrangulados do convívio social. Tudo na direção de um novo “Paradigma Nacional”.
Para isto a MUDANÇA é peça fundamental, mudança de concepção, mudança ufanista pelo e para um BRASIL efetivamente brasileiro, distante do país VENAL que nos persegue. Postura coletiva, zelo público, geração de oportunidades e comprometimento com os FILHOS carentes de José e de Maria.
A Quem cabe fazer e assumir toda esta hercúlea MISSÃO? Ao Homem que pensa e que age criticamente na direção do BEM ESTAR. Homem que descobre o lado grandioso desta maneira solidária e comprometida de agir. Homem inteligente que nesta AÇÃO vê um ganho muito MAIOR e mais duradouro, pois esta vivência estimulará o RESPEITO e DIGNIDADE de todos.
VISÃO FILOSÓFICA E IMAGINAÇÃO SOCIOLÓGICA
Saúde e Paz,
Ido Ader.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Patativa e a Academia de Letras: autonomia intelectual e o SUS.

Sina

Eu venho desde menino
Desde muito pequenino
Cumprindo o belo destino
Que me deu Nosso Senhor

Não nasci pra ser guerreiro
Nem infeliz estrangeiro
Eu num me entrego ao dinheiro
Só ao olhar do meu amor

Carrego nesse meus ombros
O sinal do Redentor
Me tenho nessa parada
Quanto mais feliz eu sou

Eu nasci pra ser vaqueiro
Sou mais feliz brasileiro
Eu num invejo dinheiro
Nem diploma de dôto
Patativa do Assaré.

Quebrando um pouco das temáticas anteriores e ao mesmo tempo fazendo referência de certo modo às lógicas envolvidas no contexto da própria utopia, da ética e da essência do ser humano, pretendo instigar o conceito de autonomia.
Fazendo uma reflexão etimológica, percebe-se do grego, que resulta da idéia de que algo é próprio em si, ou seja, algo encerra em si características de autogestão ou liberdade. Pois bem, como aplicar no campo da educação e da saúde? De fato é possível exercer autonomia profissional, se há finalidades ligadas a contextos maiores como o Estado, as Instituições ou mesmo aos usuários?
Acredito que é possível discutir todos esses elementos inspirado nos versos do grande poeta do sertão, Patativa do Assaré, como assim? Que viagem é essa? Tá fritando?
Pois bem, assim como o poeta, carregamos em nossos ombros, diferentes cruzes que representam ora satisfações, ora sinas, pois, fazer educação e saúde em nossa sociedade requer, acima de tudo, uma intenção no outro, ou seja, é preciso quebrar paradigmas e perceber que independente da hierarquia que uma formatura possa conceber ao modo formal de se comportar, é necessário exercermos o conceito de autonomia intelectual e de ética plural a fim de percebermos que nossa ação está vinculada acima de tudo à uma necessidade de formação, enquanto professores, e uma necessidade de prevenção, enquanto profissionais da saúde.
Dessa maneira, a autonomia na sala de aula está no processo de formação de um cidadão para o mundo, capaz de resolver as situações mais caóticas que se apresentam em nossa sociedade, um cidadão inspirado no modelo da sustentabilidade, da ecologia, do respeito às diferenças e capaz de transformar sem agredir. Na saúde, respeitando todas essas variáveis, prevenir o mal e tornar a vida mais digna e com qualidade.
Assim como fez Patativa, sem invejas ou torturas, implementar o pensamento da mudança consiste em demonstrar que outras vias também são arte e que nem sempre o que rege essas intenções é o capital.
Dessa forma, quebremos os paradigmas e exerçamos nossa autonomia, na sala e no hospício, na mesma proporção.

Abraços fraternos,

Comuna.  


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Identidade: documento de RG, etiqueta da Nike ou essência humana?

Pegando carona da reflexão do Barba Ruiva, no fórum da disciplina de Ciências Sociais em Odontologia, ao fazer um embate entre gerações, a minha geração (31 anos) e a dos alunos (+/- 18 anos), uma estudante, em tom apreensivo, me fez a seguinte pergunta:

"Por que hoje ninguém mais conserva suas origens?"

E então tentei responder: vamos falar sobre o que os sociólogos chamam de fenômeno do ´desenraizamento´! Aliás, primeiramente falemos do enraizamento, a dita "origem"/identidade. Exemplificaríamos tais raízes/origens/identidades em:

1) Etnia/Raça;
2) Vínculos Familiares;
3) Laços Comunitários;
4) Nacionalismo/Patriotismo;
5) Cultura Popular/Regional;
6) Causas Políticas;
7) Religiosidade/Tradição;
8) Arte/Estética/Beleza;
9) Amor platônico/Romantismo;
10) Cultura acadêmica/Espírito racional/Progresso científico;
11) Ofício/Vocação Profissional/Sindicalismo/Corporativismo;
12) Disciplina militar através da honra, bravura, hierarquia e altruísmo.

Portanto, os itens 01 a 12 contem uma série de valores que justificam nossas ações e dão sentido à vida. Perder alguns desses referenciais é perfeitamente normal, já que muitos deles, em doses excessivas, dão forma aos extremismos, porém abrir mão de quase todos é algo perigoso, sendo uma das explicações sobre a depressão, suicídio, violência e dependência química. Por exemplo, uma pesquisa nos E.U.A. comprova que o período com o maior número de doadores de sangue foi durante a guerra do Vietnã por conta do espírito de altruísmo e cooperação dos cidadãos aos jovens americanos em guerra, enquanto que atualmente o número de voluntários é extremamente baixo, se comparado com as décadas de 1960/70. Hoje vivemos uma paz civil por um lado, mas inanimada por outro, onde o individualismo superestimado inibe o doar-se ao outro ou o doar sangue, maximizando a competição contra companheiros de uma mesma "tropa", um mesmo país, uma mesma geração... e corta-se o item 12 da lista acima. Nesse clima de individualismo latente, um rapaz a cursar Odontologia apenas pelo status/dinheiro joga fora o item 11, não enxergando a profissão pelos aspectos sociais e corporativos, e muito menos pelo compromisso científico/acadêmico, extinguindo-se também o item 10. Se for um rapaz jovial e quiser relacionamentos apenas para curtir, "ficar" com as gatas, dedicando-se na verdade à malhação e ao fitness, então joga-se fora o item 09, coisa que os boêmios tinham de sobra! Além disso, enquanto "playboy arretado", assuntos como pintura, literatura e poesia dão náuseas, parecendo coisa de boiola, e dessa forma tal jovem curte apenas a música, especificamente o ´Créu´, na velocidade 5 (cortou o item 8). Esse moço não se diz ateu, mas a religião pouco o comove em trabalhos voluntários, missas, quermesses, promessas, grupos de jovens, feriados religiosos, biografias de santos, etc. (e o item 7 se foi...). As causas políticas em torno do racismo, homofobia, xenofobia, movimentos ambientais, contra a corrupção, em defesa do SUS ou pela reforma agrária o deixam sonolento e entediado, pois é conversa chata (pronto, eliminado o item 6!). E para cortar os itens 4 e 5, nem pensar em assistir apresentações de maracatu, frevo, forró pé de serra, samba de raiz, umbanda, literatura de cordel, MPB cearense ou Hino Nacional, pois seria cafonérrimo, super out! E ter amigos de rua, interagir com fiéis na paróquia do bairro, os compadres e comadres, os vizinhos, os afilhados? De forma alguma.... Pela violência e individualismo a ordem é não deixar ninguém invadir nosso espaço e intimidade (corta-se o item 3), nem sequer nossos pais ou irmãos (no embalo, corta-se o item 2). E levantar a bandeira do sangue latino, do indígena, do nordestino, do judeu, da cultura árabe, do asiático, do afrobrasileiro? Bem, isso existe, mas copiando muitos dos hábitos do espécime "homem branquelo malhado norte-americano rico que mora em grandes cidades". Portanto, o item 1 também sai da lista.

Pronto, agora temos um rapaz desnudo de todos esses ideiais e valores! Totalmente desenraizado, sem apegos e/ou justificativas aos seus pensamentos e atitudes. O narcisismo, o impulso sexual, as compras, as drogas e a moda são suficientes para preencher suas preocupações diárias... E agora, em tom bem humorado, faremos uso da paródia do 'Hermes e Renato' sobre o atual "público teen" super descolado, pós-moderno, hiper transado, cool, hard(emo)core... (risos!). Confiram:

Também sou Hype - Hermes e Renato
http://www.youtube.com/watch?v=oGY-OkRclnU

                                                          Att. Sabugosa

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

F'acciamo l'uomo a nostra immagine

Ma il Signore Dio chiamò l'uomo e gli disse: "Dove sei?"
Caros confrários,
essa foi a pergunta feita por Deus quando Ele não avista o homem no jardim do Éden, presente num dos mais belos trechos iniciáticos da Origem (livro de Gênesis). aproveitei essa pergunta ontológica para descobrir onde estamos escondidos, e me respondi: estamos BIOLOGICAMENTE vivos! vivendo em SOCIEDADE (mais por necessidade que por reciprocidade) com CHIPS VELHOS E NOVOS moldados para um funcionamento adequado e moralmente aceitável (caso ocorra falhas ocorre uma DESCONFIGURAÇÃO), nesse ADMIRÁVEL MUNDO NOVO! marchamos para um DESENVOLVIMENTO INSUSTENTÁVEL, mas que garante à humanidade demente PROGRESSO não sei de quê! SANGRAMOS milhares de animais para nossa ALIMENTAÇÃO sem perguntarmos se queriam morrer para essa nobre missão nutricional! destruimos milhões de hectares de BIODIVERSIDADE por edifícios ECOLOGICAMENTE corretos! POLUIMOS, CONSUMIMOS e AGRADECEMOS a Deus por toda PROSPERIDADE MATERIAL alcançada! tinhamos uma MORADA, mas nos ESCONDEMOS Daquele que a CREOU!

..... e surge uma voz na MORADA dizendo, "ONDE ESTÁS?" (adaptação)

Barba Ruiva

Parábola de qualquer coisa...

José foi concebido graças a uma conspiração do poder da natureza frente às incoerências do homem. Herdeiro apenas do próprio nome, cresceu ouvindo que sua presença na terra tinha um propósito, uma missão. Aos dezesseis, após ter vivenciado toda sorte de sofrimento (vários imaginários), questionava se aquilo que sempre todos o diziam era mesmo verdade. A busca dessa resposta o fez ficar reticente, introspecto, quixotesco. Sua imagem no espelho o desagradava e seu reflexo no outro era distorcido: corpo e espírito não chegavam a um consenso. Ao querer aprofundar seu autoconhecimento, perdia-se na superficialidade do que o cercava. Nas bodas de prata de sua existência e, contraditoramente, exercendo o ofício da construção, resolveu brindar com todos os seus amigos de séculos passados com um desfecho dionisíaco. Musas cintilavam em suas sinapses quando deu conta de si com o corpo inebriado sobre uma faixa de pedestre na contramão quase atrapalhando o sábado à noite de alguns poucos carros imponentes que transitavam no momento. Ao notar o sentido de uma seta inserida na circunferência de uma placa veio uma faísca de entendimento. Aos 95 anos, casado, cinco descendentes (um deles chamado de Emanuel, 33 anos) ainda não sabe sua real missão. Mas desconfia que seja apenas viver as possibilidades e aproveitar as certezas.

Henri-Strauss Palais
(reles mortal que almeja, quem sabe um dia, mesmo que seja o último, ser imortal...utopia?)

Utopia?

Refletindo sobre pensamento impregnado pelas palavras do companheiro Ido Ader acerca do que está no campo do pensar, do agir, do poder e do dever ser, fico de fato com uma pulga martelando meu juízo: O que é Utópico? Afinal, qual limite separa o utópico do possível? Até que ponto é romântico ou apenas politicamente correto acreditar em uma ideia? Até que ponto essa ideia passa a ser uma ideologia ou apenas um estilo de vida?
Refletindo sobre as provocações da “Camisa comunista da Forum”, fico a me perguntar:


  • Faz sentido deixar de acreditar nas ideologias, simplesmente pelo fato de alguns politiqueiros usarem isso como alienação e massa de manobra?

  • Afinal, o comunismo morreu, ou nunca existiu? (Dizem por aí que nem o Elvis morreu...)
Idéias morrem ou mudam? Há contextos perenes?
Acredito que as essências sobrevivem ao tempo, que existem possibilidade diferentes do que está proposto e que um caminho possível é continuar acreditando no que se acha correto, mesmo que não seja puro. Por exemplo, não é pelo fato de não me sentir representado por nenhuma dessas pessoas que empunham a cruz e a espada (no meu caso, a foice e o martelo), que vou desistir de acreditar no utópico, no sonho, na sociedade que quero ver para minha filha, não é o fato das inchaço das coligações que vai me fazer desistir, ou me levar ao voto nulo (apesar do conteúdo ideológico que pode haver nesse ato), ora, então tomemos as rédeas do nosso umbigo! Creiamos em nossas convicções apesar de existirem alguns que fazem modismo disso! Um dia haverá uma via, desde que deixemos o caminho trilhado, desde que não nos rendamos e não abaixemos a guarda (ou as calças!), enfim, fertilizemos o caminho das próximas gerações, e sem DILMAS, SERRAS ou MARINAS, ou outros coadjuvantes, trilhemos um novo caminho apesar DELES, façamos acontecer algo em nosso quintal para que não caiamos na desesperança da UTOPIA!

Abraços fraternos,

Comuna.

domingo, 19 de setembro de 2010

Jeu de la vie

Se
assim
Não encerra em si
Seu signo

Ecos de uns
Eclipse de outros
Cria cenas
Resgata fantasmas

Aquilo que pode vir a ser
Hipóteses. Condições.
Impossibilidade do instante
Frustrações

Joga-se

Henri-Strauss Palais (mon nouveau nom)

Trilogia...

Para arremate das postagens sobre a Trilogia "Hedonismo + Analfabetismo Político + Déficit Educacional", confiram essa sequência de vídeos bem engenhosos e reflexivos:

"Ler devia ser proibido":
http://www.youtube.com/watch?v=iRDoRN8wJ_w

Jay Vaquer - Cotidiano de um Casal Feliz:
http://www.youtube.com/watch?v=1YHRBWL9wns  

Classe Média - Max Gonzaga:
http://www.youtube.com/watch?v=_Zc7gBKV_Vg

Numa montagem sarcástica, agregaríamos os títulos desses 3 vídeos numa só frase:

 "Ler devia ser proibido a fim de não atrapalhar o cotidiano de um casal feliz da classe média".

                                                       Att. Sabugosa

sábado, 18 de setembro de 2010

Tempestade de idéias, relatos de experiências e testemunhos sinceros.

Acumular experiências, aprender com histórias de VIDA e entender o meio social e cultural no qual estamos inseridos, são atitudes fundamentais para a compreensão da ESSÊNCIA humana e dos processos de SOCIALIZAÇÃO construídos e constituídos entre o indivíduo e o coletivo. Mas quais serão os PRINCIPAIS pontos de reflexão na questão da “FORMAÇÃO HUMANA CIVILIZADA”?
Somos ou não somos fruto do meio? Podemos ou não transformar e intervirmos no meio em que vivemos? Qual o ponto ideal entre o CONTROLE social e a INOVAÇÃO cultural?
Um ENORME SIM aparece como MINHA resposta.
Porém não nos basta sabermos da POSSIBILIDADE, mas sim qual NORTE oferecer para a possibilidade. Por isto, lendo várias vezes com muita atenção e cuidado as postagens dos meus Irmãos Confrários, percebo que a “Bússola Sociológica e Filosófica” coletiva precisa de aferição magnética, aferição pautada em PRINCÍPIOS, VALORES, CONSCIÊNCIA E CONDUTA.  
Mas quais são estes pilares da PRIMAZIA? Eles existem? Não são apenas UTOPIAS? Ou quem sabe DEMAGOGIAS?
Em testemunho, e de forma clara assumirei também o ônus e/ou bônus da minha confissão, tal como fez Meu Irmão SABUGOSA:
1.       Com coragem assumir criticamente nosso “estado constante” de formação e limitação;
2.       Eleger criteriosamente qual “NORTE” seguir, e no meu caso elegi: AMOR caridoso, ESPIRITUALIDADE, SOLIDARIEDADE, HUMANISMO, ALTRUÍSMO, COOPERAÇÃO e BENQUERENÇA; (esta eleição só acontece após o reconhecimento do item 01)
3.       Diariamente avaliar o “estado constante de busca”, procurando entender os reflexos positivos e/ou não do AGIR/OMITIR/TRANSGREDIR que nossa ação gera em SI e no OUTRO;
4.       Testemunhar e coletar testemunhos exitosos; falar, ouvir, estimular, mediar e provocar curiosidade e ação em outros pela proposta do BEM COLETIVO; e
5.       Determinação e disciplina incansável para persevera, pois a vivência humana é CONTÍNUA, CÍCLICA e ETERNA.


Tudo isto não simplifica a VIDA, não nos isenta das fraquezas, dos desejos efêmeros e dos erros que ainda virão, é apenas uma proposta singela da “FILOSOFIA PRAGMÁTICA” para abrir as primeiras portas do reconhecer e do conhecer.
Estou FELIZ, não sei se porque SOFRI, só sei que na limitação do MEU pensar e após SER: Rebelde sem causa, Wafer sem recheio, Religioso sem Fé, Intelectual sem conteúdo, Político sem proposta, Consumista sem dinheiro (....) vejo que ainda existe POSSIBILIDADE, bastando para tanto: “só sei que na sei”, “penso logo existo”, “mente Sá, corpo são”, “tenho FÉ porque creio” etc., etc., etc.,
UM VIVA À FILOSOFIA, UM VIVA AS MOSCAS, UM VIVA A POSSIBILIDADE DE VIVER EM PAZ E NA HARMONIA DO
BEM QUERER

Saúde e Paz,
Ido Ader.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O Desespero Humano.

Digníssimo Barba Ruiva, apreciei sua forma de decantar a teologia, distiguindo-a qualitativamente dos dogmas engessados e pregações aos urros. Vi você evocar o 'Desespero Humano', obra de Soren Kierkegaard! Belíssimo livro. Aliás, este pensador não dispensava a essência divina, o sublime, que manifestava-se principalmente na cinética do sofrimento! A felicidade nos deixa auto-suficientes e estáticos, sendo o sofrimento a aproximar os homens e os instigar perante as necessidades! Tem inteira razão! Ótima observação!
                                                         Att. Sabugosa

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sotto una pioggia di parole

caro sabugosa,
a melhor forma de dizer uma verdade é "parlando" com toda nudez possível. você fez isso muito bem! retrato-me da sua última postagem que o meio torna-se um algoz das nossas vidas! mas por que já não estamos em pobreza absoluta? vivemos achando que o tempo é voraz, que a morte chegará como uma surpresa indesejada, que o amor verdadeiro nunca chegou, que o sono não reparou, que o amigo não considerou, e que o sofrimento jamais tardou! o sofrimento humano constitui em si próprio como que um "mundo" específico, que existe juntamente com o homem, surgindo nele e passando ou não passando e se aprofundando nele. o SOFRIMENTO FÍSICO dá-se quando, seja de que modo for, "dói o corpo" enquanto que o SOFRIMENTO MORAL "dói a alma"! desta forma indico uma dupla dimensão do ser humano, constituido assim por um elemento CORPORAL e outro E S P I R I T U A L, sujeitos diretos do sofrimento. logo, o sofrimento é algo mais amplo e mais complexo do que a DOENÇA e, ao mesmo tempo, algo mais profundamente enraizado na própria humanidade. sendo HUMANO e consequentemente detentor de RAZÃO, sofro, e me PERGUNTO o porquê, e não achando uma RESPOSTA satisfatória, SOFRO AINDA MAIS!

"Le lacrime sono il mio pane
giorno e notte,
mentre mi dicono sempre:
Dov´`e il tuo Dio?"
Salmo 42,4

Barba Ruiva

Eu sou rebelde porque o mundo quis assim...

Recorro novamente à postagem do irmão Comuna sobre as fragilidades da rede pública de ensino e o consequente despreparo dos jovens para lidarem, de forma construtiva, com a relação entre a autonomia e os meios de repressão/controle institucionais. Às vezes fico pensando: somos universitários, com moradia, bem vestidos, trabalhadores economicamente ativos, alimentados e com vida familiar/social razoavelmente estável. Mas e se fôssemos, desde crianças, largados em situação de penúria extrema... Quem de nós seguiria firme e forte num trabalho honesto, numa devoção religiosa e num apego à família? E quem de nós se revoltaria e cairia no vício do crack, na tentação dos furtos, na prostituição, no consumo do álcool, nos distúrbios mentais ou na violência? Temos personalidades distintas, isso é fato, e manifestamos isso desde pequenos: uns são mais egoístas, outros mais tímidos, outros mais solidários, alguns mais curiosos, outros mais sádicos, uns mais possessivos, outros mais agressivos, outros mais desleixados, porém em que as condições sociais formatariam nossos pensamentos e atitudes? Por exemplo, analisando cautelosamente minha personalidade, se eu estivesse numa situação de miséria crônica, acredito que já teria passado pela Febem-Ce, mergulharia no vício do álcool e seria um fumante compulsivo, quiçá usuário de drogas mais pesadas, e sinceramente não teria paciência para estudar e trabalhar perante poucos resultados e muitas dificuldades, já que sou uma pessoa inquieta e criativa, e minha inquietação logo se transformaria em revolta beirando a criminalidade e minha criatividade se desviaria aos maus atos em benefício próprio... Ou seja, talvez minhas virtude em prol do bem comum se tornassem uma "arma" contra os outros! E vocês? Já fizeram essa auto-avaliação? Você se enquadraria em qual perfil, Metromosca? E você, Comuna? O Ido Ader continuaria sendo um atleta e esportista? O Hermes manteria essa portura serena? O Barba Ruiva seria um surfista, teólogo e zen? O Fator Rh estaria tão sensível às teorias da educação ou cursando um doutorado? Acho que, em condições de pobreza absoluta, nós, os Moscas, seríamos uma gangue! (risos!)

                                                        Att. Sabugosa

Multa, polícia, manobra proibida... mas livre pra dizer: “- Estou puto!”

       Na situação retratada pelo Bigodudo sobre multas de trânsito, e pegando embalo na postagem do querido Comuna, lembram-se do personagem no filme “Um Dia de Fúria”, aquele cidadão engravatado, cansado da canalhice dos outros, da vida agitada da cidade e da profissão sem sentido, que resolve explicitar toda raiva reprimida? Pois bem, iniciaremos um adestramento para ele ficar inofensivo, cordial e acomodado. Como? Mostraremos agora, detalhando as 4 etapas desse treinamento básico:

1ª Etapa – acionando a POLÍCIA: de imediato, a terapia de choque é a mais recomendada, usando contra esse indivíduo a força bruta e verbos no imperativo, reprimindo-lhe por pessoas munidas com fardas e balas de borracha;

2ª Etapa – acionando a MÍDIA: claro, para evitar o surto de inconformidade contra a ordem social, é necessária a prevenção com métodos de entretenimento, e para isso coloquemos tal cidadão diante da tv aos domingos, estimulando-o ao consumo e anestesiando-o com ícones de beleza, ou então deixar tal telespectador amedrontado pelo telejornalismo policial a alimentar a insegurança pública e o medo dele de sair de casa e conversar com outras pessoas;

3ª Etapa – acionando a ESCOLA: podar a criatividade e o senso crítico deste cidadão como tarefa primordial. É na escola onde os conhecimentos são desconectados da realidade, fragmentados e memorizados sem questionamentos, formando-se o ser dócil, sem o hábito da leitura e desacostumado a pensar por conta própria, desprovido de curiosidade ou inquietações;

4ª Etapa – acionando a IGREJA: abafar a natureza impulsiva, passional e transgressora desse cidadão a partir da formação catequizadora e institucionalizada, inculcando-lhe doutrinas e ritos contrários à autonomia intelectual em nome de um ser resignado, penitente e temeroso.

     Concluídas essas 4 fases, teremos o pacato cidadão. Todavia, há liberdade na vida moderna, mas cabe a cada um detectar tais brechas de autonomia, nem que seja para twittar ou blogar ao declarar-se indignado com a AMC, a escola, a mídia, o capitalismo, a ciência, a igreja ou os partidos políticos.
                                                             
                                                     Att. Sabugosa

P.S: Ido Ader, conversei com o Comuna e então lhe perguntamos: "afinal, o nosso reboco tapou o buraco na parede?" (código cifrado - risos!).

Cela de aula.

Dizem que ela existe pra ajudar...
Dizem que ela existe pra proteger...
Eu sei que ela pode te parar, eu sei que ela pode te prender!
Polícia para quem precisa! Polícia para quem precisa de polícia?

A partir desse fragmento do texto de Tony Bellotto, que para muitos nostálgico da década de 80 faz ressurgir o comportamento irreverente de uma geração, e também indignado pela matéria do jornal de hoje intitulada Ensino no Estado é reprovado, levanto aqui algumas questões acerca dos aparelhos ideológicos de controle.
Essa repressão das idéias chega ao ponto de tornar um ambiente que devia ser de fertilidade – as Escolas- em uma mera propaganda do caos ideológico que chegamos, afinal, não é o ensino de estado que está reprovado, o que de fato faliu foi o próprio Estado.
Longe de retratar uma simpatia a Mikhail Bakunin, o que estou querendo representar é que perdemos as rédeas não pela falta de controle e sim , pelo excesso, excesso de preocupação com índices que não levam a nada, excesso de zelo com números! De matrícula, de aprovados, de laboratórios, de computadores, enfim, números que só fazem sentido na lógica da escola segundo a interpretação mais negativa do pensamento de Foucalt, ou seja, o enjaulamento de crianças dentro de “celas de aula” que não trazem a emancipação, não buscam a formação do cidadão que vai fazer a máquina funcionar.
Essa repressão é a mesma que também traz consigo o comportamento anárquico de alguns professores desses garotos, que por acomodação, descaso, desinteresse e até mesmo em resposta a essa alienação do Estado e de seus aparatos ideológicos, desistiram de seus alunos (mas não desistiram de seus míseros salários), pois bem, e por que então desistimos? O que nos inspira se fomos enlatados desda a tenra infância em regimes de repressão? A palmatória castrou o futuro arquiteto que no início, é bem verdade, só sabia destruir e desorganizar a casa, o cinto castrou a futura Tarsila, que tinha suas ideias de expressão confundidas com rabiscos na parede da sala! Pois bem, não confundamos nossos alunos com índices! Eles são melhores que isso!
Não façamos repressão das ideias antes que elas nasçam e germinem frutos, não sejamos a polícia (professores) para quem não precisa (alunos)!

Abraços fraternos,

Comuna.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dia à dia de Fortaleza

Meus amados, estou estreando a convite do amado Hermes nesta confraria, que por sinal agradou-me bastante. Eis meu tema:

Andando pela nossa cidade não olhe só para frente , olhe para os lados : engarrafamento às 06:30 da manhã. Cade o orgão público AMC (Acordar Mais Cedo ), lixos nas praças , acidentes e olho para maior empresa de Fortaleza, são funcionários públicos vestidos de azul usando um bloquinho que parece um garçom, mas não leve um susto, é um bloco de multa. Cuidado eles não fazem como os garçons: não perguntam o prato mais entregam logo a conta. Cuidado quando avistar um deles, não entre neste restaurante pois a comida esta estragada.

Amadamente

Bigodudo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Entre poesias, filosofias e bananadas... até que a gente aprende um pouco.

Caros confrades, achei bem legal a idéia do liquidificador. Uma abacatada no horário CD da tarde viria bem acalhar... (hehehe). Percebi que a confraria está revelando verdadeiros "poeteiros" (quem faz poesias, só que numa linguagem que o comuna e o sabuga conhecem muito bem). Sendo apreciador de um grande poeta brasileiro chamado Vinícius de Moraes, lembrei de uma frase de sua autoria após ler os últimos posts. Ela diz: "a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". Isso se aplica na grande satisfação que tenho por compartilhar pensamentos com um grupo tão seleto (mas nem tanto, senão vocês vão ficar "se achando"). Viva a filosofia pragmática (posso chamar de filosofia do cotidiano?).

Abraço!

anima sana in corpore sano

Hermes.

Parêntese: aviso de utilidade pública!

Digníssimos confrades,

O colega 'Fator Rh' sugeriu uma quota para aquisição de um liquidificador, pois nos intervalos faríamos vitaminas de frutas, sendo algo prático e como desculpa para frescarmos na sala dos professores. Com o liquidificador, compraríamos uns ingredientes básicos: lata de leite em pó, achocolatado em pó, granola, canela, leite condensado, abacate, aveia, um cacho de bananas e pacote de bolacha. Acho que o Metromosca e o Hermes entrariam nesse esquema, e estou empolgado também. O cardápio pode variar, sendo mais simples (leite e banana) ou mais metrossexual (amoras, leite de cabra, adoçante, nozes, leite condensado light, etc.). Enfim, o lanchinho vai cair bem!

P.S.: Digníssimo Ido Ader, apreciei a dobradinha do "Espelho, Espelho Meu"!

                                                           Att. Sabugosa

Espelho, espelho MEU existe alguém mais sedento do que EU?

Olho agora vejo,
Olho não só vejo o que quero, mas o que quero e não posso ter,
Olho para frente, para trás e tudo mais,
Não medirei a prudência e a consciência,
Afinal a VIDA é minha e dela faço o melhor que quero.


Mas a PEDRA estava bem no meio,
A unha foi arrancada,
O sangue jorrou,
A hemorragia PAROU e a DOR ensinou,
A vida continua e minha BELEZA já não é mais efêmera,
Coerente e consistente tudo valeu.


O RACIONAL me tornei,
O ridículo SUPEREI,
O vazio estava cheio do falso e agora o cheio está com o VERDADEIRO,
Pois só vejo o que DEVO querer,
Pois só faço o que DEVO querer,
Pois a VIDA é minha,
E dela quem mais sabe ZELAR sou EU.



E agora,
Espelho, espelho MEU,
Existe alguém mais LINDO do que EU?



É, TUDO adiantou,
Tudo continuou,
Afinal só e apenas só.
A pedra levou apenas HUM e neste o aprendizado chegou,
Restam ainda nove,
E estes também são MEUS,
E deles quem mais sabe ZELAR sou EU.



Saúde e Paz,

Ido Ader.

Ps. Agora que sei viver, ME atrevo à aprender.

domingo, 12 de setembro de 2010

A condição humana

boa sacada Metromosca! vendo os vídeos postados você me fez lembrar a filósofa alemã Hannah Arendt que no seu livro A CONDIÇÃO HUMANA ela deixa claro, aqui de forma resumida, que condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. a condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. logo, todos nós somos CONDICIONADOS! nossa natureza torna-se um mero arcabouço que acolhe tantos e tantos "enxertos". como humano (permita-me assumir essa condição) acho até necessário. por falar nisso: achei os dois vídeos sensacionais! conclusão fatídica: sapiência e demência são dois lados da mesma moeda!

Barba Ruiva

Fiquei preocupado...

...pois alguns poucos itens referidos pelo Sabugosa compõem um lista pessoal de desejos!!! Heheheheh
Mas será que é isso que necessito? Vou tentar expor essa angústia, contradição, em texto. Por enquanto, apreciem o abismo de conteúdos entre esses dois vídeos, pertinentes a esse tema posto por nosso representante da obra de Monteiro Lobato:

http://www.youtube.com/watch?v=aXJ_Ub1xbhw

                                      X

http://www.youtube.com/watch?v=uufNvG64t0E


Metromosca (vou abrir uma campanha para achar um novo nome para mim...talvez o metro é o responsável por esse meu hedonismo latente...heheh)

sábado, 11 de setembro de 2010

Espelho, espelho Meu existe alguém mais ..........

Olho nada vejo,
Olho só vejo o que quero,
Olho para frente e nada mais,
Não medirei as conseqüências,
Afinal a VIDA é minha e dela faço o que quero.

Mas a PEDRA estava bem no meio,
A unha foi arrancada,
O sangue jorrou,
A hemorragia não PAROU,
A vida se foi e minha BELEZA efêmera,
Efêmera e superficial de nada valeu.

O JOCOSO me tornei,
O ridículo criei,
O vazio estava cheio do falso,
Pois só vejo o que quero,
Pois só faço o que quero,
Pois a VIDA é minha,
E dela quem sabe sou EU.

E agora,
Espelho, espelho MEU,
Existe alguém mais LINDO do que EU?

É, nada adiantou,
Tudo continuou,
Afinal só e apenas só.
A pedra levou apenas HUM,
Restam ainda nove,
E estes também são MEUS,
E deles quem sabe sou EU.


Saúde e Paz,

Ido Ader.

Ps. Se não sei viver quem dirá escrever.

O Ministério da Saúde (Mental) adverte:

Hedonismo exacerbado causa perda de visão crítica, falência múltipla dos órgãos dos sentidos, morte cerebral por demência, ridicularidade aguda, vazio existencial e mediocridade crônica.

Confira nesse vídeo educativo os danos irreversíveis dessa síndrome:

      http://youtube.com.br/watch?v=udYVNv-I6vo

                                                       Att. Sabugosa

Isso está melhor do que eu pensava

Não tenho dúvidas! isso está bem melhor do que eu imaginava! vejo na última postagem do confrário sabugosa, uma grata conclusão reflexiva após sua acurada análise dos sentimentos filosóficos postados anteriormente. Desmascara-se então uma das grandes motivações na vida do "homo demens", que é o HEDONISMO. a fornalha filosófica está a pleno vapor! tenho algumas balas de prata para serem usadas, mas estou guardando uma única de ouro - o labor teológico!

Barba Ruiva

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Império dos Sentidos OU Hegemonia do Nonsense?

O companheiro Comuna enfatizou os piercings e tatuagens como próteses nas identidades pessoais esvaziadas de sentido! O colega Ido Ader faz alusão à beleza da vida numa escala contemplativa, altruísta, integrando a paz de espírito individual e o bem coletivo, que essa beleza vem cedendo espaço a uma percepção do belo à venda, à mostra em vitrines, descartável como a moda... O digníssimo Metromosca menciona a perda de referencias morais no exemplo do patriotismo, onde o “pátria amada Brasil” passa a rimar com o “pqp”. O estimado Hermes finaliza sua reflexão com clamores por uma educação libertadora em meio às profecias ‘Mecanicamente Alaranjadas’ de Niezstche... Enfim, tento interligar tais postagens para transparecer a inquietação por detrás de uma única palavra: HEDONISMO!
Por hedonismo entende-se a busca desenfreada do indivíduo pela satisfação, pelo prazer, através da negação da dor e do sofrimento, e a qualquer custo! Atualmente se intensificou uma cultura hedonista exposta nos exemplos de corrida ao rejuvenescimento pra adiar o envelhecimento; emagrecer perigosamente pelo prazer de transbordar sensualidade; transar por impulso carnal e conveniências da indústria da pornografia; ingerir álcool, fumar e drogar-se sem moderação; comprar por mero impulso e prestígio social, sendo tal satisfação temporária, descartável; comer por compulsão ou deixar de comer por fins estéticos de adequar-se a um modelo imposto de beleza; ficar só ou apenas “ficar” com alguém para não ter o desprazer de aborrecer-se ou preocupar-se com os outros; tomar energéticos ou ter crises de ansiedade porque de repente dormir aparentou ser algo tedioso ou de uma paz inalcançável...

O coral da modernidade insiste nos refrões: “tenha ambição”, “seja um líder”, “lucre”, “lei do menor esforço”, “faça você mesmo”, “seja astuto e leve vantagem em tudo”, “a vida é uma eterna competição”, “não confie em ninguém”, “fique belo em poucos dias”, “usufrua das comodidades do fast food e também do sexo rápido no estilo ‘fast fode’ ”...

Além desses atributos para ser respeitado, há outra preocupação inadiável, que é cuidar da “auto-estima” através de penteados por chapinhas e escovas, depilação, musculação, shake de proteínas, creme hidratante, dietas, roupas de marca, botox, frascos de polivitamínicos, silicones, lipoaspirações, manicures, personal trainer, anabolizantes, alimentos light, branqueamento dental, etc.

E não é só a comodidade, auto-suficiência e tratamentos de beleza, pois as posses materiais também são prioridades que garantem status! A busca por casas em condomínio fechado, tv de LCD, Pajero 4x4, Iphone, notebook, roupas de grife, cozinhas planejadas, máquina fotográfica digital, milk shake do Bob's e latas de Redbull. Nessa busca incessante, surge mais demanda por dinheiro: a casa em condomínio fechado… a demandar altas taxas de condomínio e IPTU; a tv de LCD… com canais por assinatura, a Pajero 4x4… com altas despesas de manutenção, IPVA e seguro); o Iphone… que ficará obsoleto em quatro meses e comprará outro; o notebook… em seis meses terá outro de menor tamanho; as roupas de grife… que mudarão de tonalidade e visual na próxima estação e precisará repaginar o closet; a cozinha planejada… cujo layout será reformulado pela ‘Casa Cor’ de 2012, e precisará se atualizar perante seus vizinhos; a máquina fotográfica digital… que terá uma concorrente com melhor resolução e acompanhada por cartão de memória de 10.440 Gbytes daqui a um mês; o milk shake do Bob's… na promoção do copo de 1L acompanhado com 2kg de batata frita e hambúrguer com 5 camadas de carne num kit por apenas R$ 29,99; a lata de redbull... te dá asas para induzir artificialmente o ânimo e alegria quando a adrenalina e a endorfina são insuficientes, e então as asas a representarem a liberdade e a imaginação são substituídas pelo energético tomado com doses de uísque caro.

Há, claro, a necessidade de lazer para ficar excessivamente dopado, embriagado, entretido, energizado... Êxtase na euforia das raves, antidepressivos nos momentos de frustração, bebidas energéticas com uísque para cair na gandaia, carreiras de pó nas festinhas privê, maconha prensada nas festas universitárias, redes sociais da internet nos momentos de solidão, viagra e sites pornôs no prazer sexual, cerveja no happy hour com amigos, shakes protéicos e anabolizantes durante a academia e antes do carnaval, calmantes para as noites de insônia e ansiedade, inibidores de apetite para reforço da auto-estima.

E a necessidade humana de comunicar-se com o próximo? Também é prioridade! Popups saltando na tela do computador; anúncios em outdoors e traseiras dos ônibus; propagandas na TV e nos mictórios dos banheiros; término de namoro via SMS no celular; quinze janelas abertas em bate papos no MSN; sites pornôs em tempo real; quatro canais simultâneos na TV a cabo; revistas nas bancas com reportagens desde fauna exótica, concursos públicos, jardinagem, moda, horóscopo chinês, fisiculturismo; celular com acesso à internet; MP15 com 100.000 faixas de música, do maracatu aos sucessos de VJs; literatura de auto-ajuda; aulas em datashow; encontros nas comunidades virtuais; delírios em 3D nos cinemas; letreiros luminosos com patrocinadores; logomarcas em uniformes de jogadores de futebol; game portátil nas viagens; Guiness Book; educação em EaD.

  Um aperto de mão com luvas e um abraço ninfomaníaco a todos!

                                                          Att. Sabugosa
                                                                  
                                                            

Wafer sem recheio.

Diante as últimas inquietações existencialistas e filosóficas dos nobres companheiros Ido Ader e Hermes, fiquei a pensar sobre alguns temas transversais que fazem parte do contexto, pois bem, lendo alguns trechos do filósofo Baudrillard acerca da sociedade do consumo e do consumo em massa, surgiram discussões em sala sobre à reflexão do consumo sobre o corpo e a idústria do estereotipo.
Muito bem. Em meio a uma juventude de piercings e tatoos, surge o questionamento: Vivenciamos uma geração marcada pelo contexto da capa, ou existe essência por trás desse comportamento? As idéias de mudança de contestação existem nessas mentes férteis que cismam em furar as orelhas com alargadores indígenas sem saber sequer a origem disso, ou são modismos consumistas de uma massa alienada, que por conta dessas práticas acabam criando guetos e tribos, que por falta de ideologia acaba ficando à margem do emprego, da sociedade e dos vínculos?
Ora, na década de 70, 80, ter uma tatoo significava uma transgressão e uma oposição ao modelo repressivo do Estado, da família, e de outros aparatos ideológicos de controle, e hoje? Ser tatuado, cabeludo ou mesmo filiado ao PCdoB, sem um real preparo sobre Stalinismo, é moda ou é uma nova ordem ideológica que não consigo perceber sua magnitude?
Tem-se essência, ou esconde-se o vazio existencial atrás de máscaras, capas e desenhos? Onde estão as idéias?
Tenho a impressão de que caindo-se as máscaras, espremendo-se o suco encontreremos um wafer sem recheio.

Abraços fraternos,

Comuna.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

SE/ TE / LEMBRO

Independência?
Há pendências.
Muita maledicência,
Endossada pela indecência.

Ordem e progresso?
Por um lado, algum sucesso.
Pelo outro, desconverso...
um pé fincado no retrocesso

Apesar da contradição nada sutil,
Não temamos um futuro vil,
nem recorramos a um Olcadil
Zomba deles, ó Brasil!
Viva a Pátria que nos pariu!

Metromosca

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

HOMEM, o animal mais parecido com GENTE.

As dúvidas e os questionamentos fazem parte do pensamento filosófico, e sendo assim, vamos a mais uma tentativa de reflexão.


O que é a VIDA do ponto de vista filosófico? Esta é uma das mais complexas perguntas feitas por quem descobre a Filosofia, e através Dela, quer avançar um pouco mais no admirável mundo ao nosso redor.

Bem, como venho respondendo a mim mesmo esta pergunta? Vida é paz, AMOR, COMPREENSÃO, tolerância e FELICIDADE. Quando procuro tomar consciência desta resposta imposta a mim mesmo, percebo que sob este ponto de vista, todo “SANTO” dia é um novo dia de nascimento FILOSÓFICO e justamente por isto, este compromisso se torna tão complexo e tão difícil de ser assumido e aceito por muitos de nós.

O nascimento filosófico pede uma disciplina “HUMANA”, inteligente e capaz de potencializar este diferencial que “deveria nos distinguir” dos demais Seres Vivos. Chamamos este diferencial de “RAZÃO”. Somos somente e potencialmente humanos, porém associamos nossa característica bípede ao fato já consumado. Prepotência vã, arrogância ignorante e inconsciência alienada. Quando nos deparamos com fatos e crimes hediondos, não nos deparamos com crimes entre Homens e sim entre um “estado animal” de seres vivos (homo nímios) provocado por inúmeros motivos, sendo a maioria deles causados por outros bípedes que se julgando Homens exploram, violentam e destroem outros. O lado mais cruel é que as vítimas são às vezes pessoas inocentes que o acaso escolheu (Lei da Selva, triste ironia).

Justamente por estes motivos, em sala celebro o dia simbólico do nascimento filosófico como o DIA mais importante das nossas VIDAS, onde TODOS por LIVRE E CONSCIENTE vontade devem confessar que até então eram apenas fisiologicamente vivos. Ato singular e individual de RUPTURA. Possuíam sim consciência, mas apenas a consciência efêmera do imediato, do ordinário e do concomitante, onde lembranças e experiências fizeram e fazem parte do aprendizado da VIDA, porém ainda em uma DIMENSÃO bem menor do que poderiam ter feito.

Sendo assim, Prezado e Irmão HERMES vamos todos juntos vivermos e sermos felizes com AUTO-CONSCIÊNCIA, pois em nada da VIDA há algo que nos leve à pensar e acreditar que são opções e contextos que se excluem, e sim contextos que se complementam. O HOMEM NASCE PURO; VIDA É FELICIDADE, E FELICIDADE É PLENA, QUANDO CHEIA DE VIDA.



Saúde e Paz,



Ido Ader

Ps. ficou SHOW o novo Layout

Nietzsche e o estuprador

Lendo o livro Humano demasiado humano, de Friedrich Nietzsche, tomei nota da seguinte frase: "o homem se torna o que ele quer ser, seu querer precede a asua existência". Em um primeiro momento aquilo me causou um impacto e passei refletir sobre esse conceito. Semanas depois me deparo com a seguinte manchete no jornal: estuprador é absolvido por juíz da cidade tal... A primeira coisa que pensei foi no que diabos um juíz ouviu para não condenar esse tipo de fora da lei que é odiado pelos próprios bandidos. Então Nietzsche me veio em mente com a frase mencionada anteriormente.

Será que o estuprador quis se tornar o que é? Nietzsche, com seu pessimismo, afirma que o ser humano é mau por natureza e que a maioria dos nossos problemas se deve a luta para controlar nossa maldade contida. Voltando ao meliante (estuprador): imagina que esse cara foi concebido por um casal de baixa renda que resolve descontar todas as suas frustações nessa criança mal desejada. O assistente social retira a criança dessa família devido aos maltratos e a encaminha para um abrigo. Lá, a criança é violentada pelos "coleguinhas", fisicamente, sexualmente... Enfim, torna-se um estuprador quando adulto. Até quanto ele é vítima? Até quanto ele é culpado? Em nenhum momento quero justificar seu crime. Ele deve ser punido. Mas será que só a punição é sufuciente? Na prisão ele provavelmente sofrerá tudo que sofreu na infância novamente. Se sair, vai sair pior. Qual é a saída? As possíveis respostas vêm às nossas cabeças: política de educação, distribuição de renda... Nessas horas gostaria que Nietzsche estivesse vivo.

Em tempos de eleição, reflitamos.

PS: tomei a liberdade de mudar o plano de fundo do blog. Acho que agora está do jeito que planejamos hehehe. Abraço!

anima sana in corpore sano

Hermes

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

É melhor viver do que ser feliz ou é melhor viver e ser feliz?

Caros moscas, finalmente faço a minha estréia no blog após uma reflexão sobre uma frase que vi no filme Vinícius de Moraes. Por tal poeta, (poetinha vagabundo, como ele era chamado carinhosamente), tenho grande admiração. A frase, presente em uma canção dizia: "...é melhor viver do que ser feliz." Tom Jobim, encantado pela canção, pediu permissão a Vinícius para traduzir a canção para o inglês e apresentá-la em um show na Inglaterra. O tradutor contratado afirmou: está errado. O certo é: é melhor viver e ser feliz. Tom na mesma hora corrigiu: não, não... é melhor viver do que ser feliz.

Andei pensando sobre a felicidade e seu significado. Alguns dizem que ela é rápida, efêmera. Outros dizem que é algo impossível, utópico, ou até mesmo raro. Visto que a felicidade é algo que vem e vai embora, o que seria melhor? Viver a vida, intensamente, aproveitar os momentos que esta lhe proporciona? Ou somente curtir o momento de felicidade? Ou devemos viver perseguindo essa tal felicidade? Se formos observar a felicidade bioquimicamente, realmente ela é passageira. Mas se pensarmos em felicidade com um estado de espírito desprovido de apegos, de discriminação, de evolução como ser humano, será que ela não seria mais duraoura? Fazer da felicidade um destino ou um caminho não é uma questão de atitudes puramente objetivas, com finalidade traçada. Acredito que a felicidade é uma evolução de corpo e mente na busca do equilíbrio. Cabe a cada ser humano se descobrir e encontrar o equilíbrio a ser alcançado.

Grande abraço.

anima sana in corpore sano

Hermes

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sobre as boas companhias

Caro Metromosca, você me fez lembrar as cartas do filósofo Sêneca ao seu amigo Lucílio, que juntas geraram o livro: aprendendo a viver. Reproduzo aqui uma das mais curtas (carta LXII):

"Mentem as pessoas que se dizem muito atarefadas para poder se dedicar ao estudo. Elas se fazem de ocupadas, exageram suas preocupações, e afinal preocupam-se somente com elas mesmas. Minha liberdade, Lucílio, é plena e inteira; onde estiver, estou livre para mim mesmo; eu não me entrego às coisas, mas as aproveito e não fico correndo para cá e para lá com pretextos que desperdiçam meu tempo. Em qualquer lugar que eu esteja, volto-me para meus pensamentos e me concentro, na minha alma, em algo de salutar. Quando estou com amigos, não me distancio de mim mesmo. Não me deixo ser tomado por pessoas com as quais a obrigação social colocou-me em companhia: pertenço apenas aos mais virtuosos. Seja onde for sua pátria ou em que século tenham vivido, é para eles que se volta meu pensamento. Demétrio é a própria virtude; eu o levo a todo lugar comigo e, deixando de lado os que se vestem de púrpura, converso com um despojado: eu o admiro. Pois é preciso admirá-lo, visto que não lhe falta nada. Uma pessoa pode desprezar todas as coisas, mas não há quem possa ter todas as coisas. Para ser rico, a via mais curta é o desprezo das riquezas. Nosso Demétrio não vive como um homem que despreza todos os bens materiais, mas como quem deixa aos outros sua posse. ADEUS."

Sêneca foi durante dez anos PRECEPTOR de Nero.

Barba Ruiva