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sábado, 23 de outubro de 2010

Média ponderada entre 13, 43 e 45...

Nota de advertência:
Companheiro Hermes, conhecendo seu incômodo pelos discursos políticos panfletários, imperativos, apaixonados e incendiários, concluo essa minha postagem com o "vote 13, Dilma", mas não fundamento minha escolha somente com cores, e sim com fontes bibliográficas, ok? (foi mal, Comuna! kkkkkkkkkkkkkkkkk).

     A revista britânica The Economist privilegia o candidato José Serra como o mais preparado para governar, e levou-se em consideração o seguinte critério: 'enxugamento de gastos' e 'eficácia fiscal' (fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/the-economist-recomenda-voto-em-jose-serra ).

       Essas terminologias, no nicho dos economistas, são usadas de forma fria e superficial, porém, refletidas no cotidiano do brasileiro usuário do SUS que pega ônibus para assistir aula na escola pública; o brasileiro que trabalha como profissional de saúde num IJF; o que planta o roçado de feijão no interior do Ceará ou o que batalha por bolsas do prouni para ingresso no ensino superior, esse “enxugamento de gastos” e essa “eficácia fiscal” tomam ares sociológicos ao afetarem cotidianamente diversos grupos populacionais. Como assim? Vejamos duas vertentes que particularizam ideologicamente o PSDB de José Serra:

1) Tudo que é público representa desperdício, despreparo, morosidade, corrupção e conformismo;

2) A carga tributária deve ser minimizada, cobrada com eficiência, recolhida com fiscalização e canalizada para áreas prioritárias e/ou estratégicas da sociedade.

      Trabalhemos com perguntas sobre essas duas premissas:

1) Isso significa que o contrário também é verdadeiro? Ou seja, que os serviços privados são preparados, ágeis, íntegros e ousados?

2) E o que vem a ser estratégico e prioritário segundo a elite política e empresarial concentrada no eixo sudeste e sul?

      Agora, vamos responder:

1) Sim, em muitos aspectos os serviços privados são bons... para clientes vips de hospitais conveniados aos planos de saúde, os correntistas endinheirados dos bancos privados e os alunos das turmas especiais de escolas particulares. Então é necessário todos entupirem os bolsos de dinheiro para usufruírem de um ensino e assistência à saúde com humanização e competência? Os serviços públicos são ruins por natureza ou precários porque são mal administrados? Terceirizar um serviço de saúde público e incentivar as indústrias dos planos de saúde seria a solução mais eficaz para o bem comum? A ineficiência da saúde pública é culpa apenas do ministro ou também de um médico que encara o serviço no PSF como “enrolação” ou “pé de meia” e de um prefeito de cidadezinha interiorana que resolve apenas comprar ambulância e Diazepam para ganhar voto? Por ineficiências como estas, rumina-se a criação das Fundações Estatais de Direito Privado, que extingue a estabilidade do servidor público e o põe sob o regime CLT, dentre outras consequências

2) Quanto ao que é considerado “estratégico” e “prioritário”, um exemplo notório é a CPMF (Contribuição Provisória sobre Operações Financeiras), cuja derrubada deu-se pelo PSDB, em 2008, mas lembremos que tal imposto foi criado na gestão desse mesmo PSDB, em 1997. O Senado extinguiu tal tributação quando todo o planejamento orçamentário já estava feito, isto é, quando quase R$ 40.000.000.000 estavam orçados na saúde, previdência social e programas de combate à pobreza. Ao invés da oposição exigir a aplicação desse dinheiro exclusivamente para a saúde pública, simplesmente deu-se uma queda de braço da oposição do PSDB com o governo do PT sem preocupações com impactos que a falta desse dinheiro traria... Agora me respondam: o corte radical da CPMF beneficiou a quem? O desconto de 0,3% sobre as movimentações financeiras afeta o agricultor que saca R$ 50,00 do seguro-safra ou o empresário paulistano que movimenta R$ 150.000,00 para comprar sua casa de veraneio? Não defendo tal imposto, apesar de reconhecer que essa taxação é imune à sonegação e incide sobre os mais ricos. Sinceramente, concordo ao menos uma vez com o ex-senador Tasso Jereissati sobre a redução prudentemente gradual do imposto até sua extinção por completo, pois haveria tempo para novos planejamentos dos gastos estatais, conforme afirmou o presidente do PSDB em entrevista (fonte: http://www.youtube.com/watch?v=-qwHfv4OmGk).

      Depois de tudo isso, respondam-me: é assim que se dá o enxugamento de gastos e a eficácia fiscal? Momento tarefinha de casa: lido tal texto desse item 2, responda as perguntinhas:

2.1) quem criou a CPMF?
___________________________________

2.2) A quem mais afetava a cobrança da CPMF?
___________________________________

2.3) A CPMF foi derrubada por: (assinale V ou F)
(  ) disputa partidária;
(  ) guerra de egos;
(  ) interesse de garantir o bom gasto dos recursos na saúde;
(  ) isentar a elite empresarial de mais um imposto, beneficiando minimamente a nação;
(  ) não haver impacto sobre os serviços públicos e a expansão das políticas sociais.

      Outro ponto nesse aspecto da "prioridade" e do "estratégico" na visão das elites tradicionais: a raiz histórica do Nordeste brasileiro, apontado por muitos políticos como região pobre e de viés assistencialista, deu-se sob incentivos e conivências do PSDB (industrialização a todo custo, sem sustentabilidade ambiental ou distribuição de renda) e do DEM (o antigo PFL, a tal da "bancada ruralista" dos latifundiários com seus açudezinhos, DNOCS, indústrias da seca, frentes de trabalho e coronéis).    

EPÍLOGO:
RECONHEÇO O PAPEL DO PROFESSOR DE NEUTRALIDADE POLÍTICA NUMA SALA DE AULA, PORÉM ESTOU AGORA NO TERRITÓRIO DOS MOSCAS E NO AMBIENTE LIVRE DO BLOG PARA "SAIR DO ARMÁRIO" E ME DECLARAR: VOTO 13, DILMA!!! (não pude resistir! Coloquei de vermelhinho em homenagem à postagem do companheiro Comuna e um tom verdinho-PV-flora-claro em consideração ao digníssimo Barba Ruiva!) rsrsrsrsrsrsrs 

                                                                                                            Att. Sabugosa


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