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quinta-feira, 9 de junho de 2011

TARDE

                           I
Embaixo da asa de um sentimento nato
Contemplando o mundo por outros olhos
Percebo agora que senti frio,
De fato

Do romper do laço de bodas eternas
Da ruína da mentira paternal
Vi o mundo em preto e branco
Não sentia minhas pernas

Não sei tarde, ergo-me agora
No parcial controle do vôo de um sentimento renovado
Tento com olhar, palavras, contato
Resgatar a hora

Hora de articular uma palavra sem temor
Conjugar o verbo na sua presença
Sentir o sopro de vida
Em sua plenitude, o amor.

                         II
Vontade de voltar atrás e dizer à algumas pessoas o quanto eu as amava.
Amor fraternal, carnal, espiritual.
Dizer muitos sim e um não eventual.
Ter deixado o que é efêmero e abraçado a presença que é para sempre.
Agora vejo que a vida é bem mais simples.
E sou mais complexo do que poderia ser.
Nessa inequação me resta a ruína do tempo.
Grito...dispnéico...ajuda...solidão...não tenho chão.
Henri-Strauss Palais
 

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